O Presidente da Federação, Germano Amorim, denuncia que os bombeiros têm sido alvo de perseguição do INEM. a partir do momento em que muitas associações do distrito decidiram reclamar o pagamento de valores que entendem justos e adequado para as milhares de missões que desempenham em favor deste Instituto.
E continúa, numa nota enviada à redação na manhã desta terça-feira, dia 02 de maio “acudimos assim 25206 cidadãos em estado de vulnerabilidade e carentes de cuidados médicos urgentes, assumidos 24 horas por dia pelos bombeiros. Os poucos, ainda que excelentes trabalhadores do INEM, não podem e não têm os meios adequados para fazer mais. Portanto, o INEM somos nós, Bombeiros. O socorro é entregue aos Bombeiros mas em claro estado de sub financiamento. Os valores pagos não são suficientes para fazer face às despesas que crescem num cenário de baixa de voluntariado e aumento de preços em tudo o que é necessário para garantir o serviço.”
Germano Amorim afirma ainda que “temos feito um esforço hercúleo para contratar cada vez mais profissionais e adquirirmos mais viaturas de qualidade de forma a atendermos condignamente as pessoas e garantirmos um serviço humanizado. As pessoas dependem de nós e em troca, o INEM paga mal e muitas vezes tarde, não financia devidamente a sua atividade, nem garante atempadamente a renovação do seu próprio parque automóvel, definindo regras, que muitas vezes se mudam a meio do trajeto, insistindo em ações inspetivas surpresa às portas dos hospitais!”
Reiterando que “isto é escandaloso e consideramos ser uma afronta não aos bombeiros, mas sim à comunidade. Não estamos contra a inspeção, mas sim contra o espetáculo montado e a arbitrariedade dos atos em pleno serviço que podem comprometer a própria vida das pessoas. As ambulâncias são fundamentais em retorno e não devem estar paradas às portas dos hospitais para serem submetidas a inspeções fiscalizadoras.”
O Presidente da Federação culmina deixando uma mensagem
“através destes atos não nos intimidam em nada e iremos até ao fim para garantir o socorro às pessoas. Impugnaremos administrativa e judicialmente todos os autos de contra ordenação que daí possam advir e exigiremos os pagamentos que nos são devidos nem que seja judicialmente. As Associações são pessoas coletivas privadas que prosseguem o interesse público e com esse estatuto de utilidade pública devidamente reconhecido e assim continuaremos. Dúvidas já persistem da necessidade de continuação do próprio INEM que devia ser absorvido pela própria Autoridade Nacional de EMERGÊNCIA e Proteção Civil, já que a sua atuação assenta em 90% na proteção civil, que somos nós, Bombeiros. Não nos calarão e não temos qualquer receio. Vivemos num estado de direito e enquanto assim for, estaremos cá para defender os cidadãos, como tem sido há mais de um século. Conforme já por nós proposto em várias sedes, têm de ser urgentemente criadas as Equipas de Intervenção Permanente de Emergência Pré- Hospitalar (EIPPHP) repartindo-se os custos entre INEM e municípios, tal como o modelo existente na proteção civil. Aliás, esse modelo devia ser já assegurado pela ANEPC e já não pelo INEM, ficando a gestão entregue às Associações ou aos Municípios, no caso dos sapadores.”