Se eu questionar “sou sempre feliz?”, a resposta – por mais que queira contrariar- será “não, não sou sempre feliz”. No entanto, se eu perguntar “posso todos os dias sentir bem-estar?”, a resposta já é diferente. No entanto, tenho duas boas notícias para lhe dar.
A primeira boa notícia: os nossos ambientes em conjunto com os nossos cinco sentidos, podem ajudar a ampliar o nosso bem-estar, levar-nos a cumprir os nossos objetivos, ter maior produtividade ou criatividade, evocar e produzir memórias afetivas, e por fim, ajudar-nos a sentir felicidade.
A segunda boa notícia: é que vai aprender como redefinir os seus ambientes capacitando-os de congruência multissensorial. “Como posso fazer isso?”, pergunta; no artigo anterior, expliquei-lhe que é importante perceber como nos sentimos no momento presente e, posteriormente, convidei-a/o a “sentir um espaço em atenção plena, observar os estímulos recebidos pelos cinco sentidos e anotar numa folha”. Se fez este exercício, já percebeu se existe carência ou se há hiperestimulação dos sentidos. Nenhuma das duas é boa. É mesmo uma boa notícia, pois pode converter essa curva de mal-estar e ser uma pessoa mais intencional…ah! É desta que cumpre os objetivos de final de ano, e deixa, finalmente, de engolir aquelas uvas passas horríveis!
Preparados?! A viagem começa agora! Porém, primeiro vamos entender o impacto dos nossos sentidos no quotidiano. Quando, Meik Wiking, presidente do Happiness Research Institute (Instituto da investigação da felicidade – tradução livre), pediu “Queira descrever uma das suas memórias felizes”, 62% das respostas enquadravam-se no padrão “multissensorial”, ele próprio refere, “da próxima vez que estiver muito feliz e quiser capturar o momento, repare em todos os sentidos.”
Estes ambientes surgem na nossa mente através de gatilhos, que podem ser provocados por um cheiro específico, uma textura, uma cor ou forma (já tinha reparado nisto?). Por exemplo: podemos associar o linho às toalhas que as nossas avós colocavam na mesa, no domingo de Páscoa (se gostava da Páscoa na infância, tenho a certeza que neste momento, abri uma torrente de memórias – a mim aconteceu-me-). Relembro, assim, que o design existe “para servir as nossas necessidades e dar sentido à nossa vida.”
Esta viagem terá paragem na visão, olfato, audição, tato e paladar (porque não?!), criando ligação com as variáveis ambientais, intrínsecas aos sentidos, propondo a criação de ambientes memoráveis e felizes. O objetivo é fazer com que os seus ambientes sejam experiências e memórias acolhedoras e impactantes, pois “reviver memórias positivas e ícones queridos do passado sabe bem”. Sabemos que a melhor forma de ver o passado está no presente e é no presente que se constrói o futuro.Antes de nos despedirmos, sugiro que mantenha a sua lista sempre à mão -se não fez o exercício recomendo a leitura do artigo anterior-. À medida que vai lendo os artigos aplique na prática, os conhecimentos adquiridos– deverá aplicar no ambiente escolhido na primeira fase do exercício-. Anote o que fez. Tenho a certeza de que no final desta viagem multissensorial este ambiente será promotor de bem-estar e sentir-se-á com mais ânimo, pois como diz Florence Williams, após anos de jornalismo e investigação
Conto consigo nesta viagem! Até Breve!