Ana Moura, Capitão Fausto, Mão Morta e The Last Internationale são apenas alguns dos 14 nomes que compõem o festival, que regressa à Casa das Artes, em Arcos de Valdevez. O melhor da música nacional faz-se ouvir num total de 8 sábados, de 1 de fevereiro a 22 de março, naquele que é o primeiro festival do ano.
O Festival Sons de Vez é já uma verdadeira tradição do Município arcuense que marca o arranque dos festivais de música a cada ano. Nas palavras da edilidade, “em 2025 contamos com alicerces em 14 projetos ecléticos que não deixarão ninguém indiferente ao verdadeiro pulsar cultural e identitário que é o Sons, neste e nos 24 anos que solidificam a sua história e identidade no panorama musical nacional.”
O festival arranca no primeiro sábado de fevereiro ao som de Capitão Fausto. Do enérgico
Gazela (2011) à maturidade de Subida Infinita (2024), a banda tem conquistado público e crítica.
Ao Sons de Vez trazem o último álbum, que marca a despedida de Francisco Ferreira, refletindo
anos de transformação e intensidade. A primeira parte do espetáculo fica a cargo de Bilrus,
projeto de João Robim, Márcio Silva e Nuno Biltes, que percorre as vertentes mais alternativas e
experimentais do rock, caracterizando-se pela forte presença de elementos da eletrónica.
A 8 de fevereiro, Mazgani regressa ao festival com Cidade de Cinema, o seu primeiro disco
integralmente em português, consolidando uma carreira marcada por aclamadas digressões
nacionais e internacionais. Na mesma noite, Ana Lua Caiano explora a fusão musical, através da
junção da música tradicional portuguesa com música eletrónica.
No sábado seguinte, a 15 de fevereiro, Selma Uamusse chega a Arcos de Valdevez com um
manifesto de esperança, numa celebração pela liberdade e amor. A música e as suas raízes
moçambicanas são o mote para uma viagem espiritual que mistura africanidade com influências do
rock, eletrónica, afro-beat e experimental. Emmy Curl junta-se ao cartaz no mesmo dia para uma
homenagem à herança cultural portuguesa. Pastoral, o seu mais recente álbum, celebra o folklore
português e as paisagens mágicas do interior do país.
No último fim de semana de fevereiro, a Casa das Artes recebe a voz de temas marcantes como
“Andorinhas” e “Agarra em Mim”; dona de uma carreira sem paralelo, Ana Moura renasceu com
Casa Guilhermina, um álbum plural e intimista onde assumiu pela primeira vez a escrita das suas
canções. Um regresso muito aguardado à Casa das Artes, 15 anos depois do último concerto
neste espaço cultural.
Entramos em março com uma banda de Nova Iorque, mas com “coração” arcuense, que
dispensa apresentações. The Last Internationale prometem um espetáculo intenso, combativo
e socialmente questionador que revisita alguns dos seus álbuns mais emblemáticos. O
aquecimento está entregue a Unsafe Space Garden e à sua peculiar forma de protesto
existencial usando os ingredientes do humor, da energia, da cor, do absurdo, do caos e da
intimidade.
No dia internacional da mulher, 8 de março, mais um regresso celebrativo: toma conta do palco a
rainha da soul e do funk Marta Ren. Fundadora dos Sloppy Joe e membro dos Bombazines, é
uma das vozes mais carismáticas da música portuguesa. A aquecer esta noite de
empoderamento feminino, A SUL, projeto musical de Cláudia Sul, traz paisagens sonoras que
transformam as banalidades do quotidiano em expressões empáticas e envolventes, projetando
ambientes imersivos.
A 15 de março, Jorge Cruz apresenta o muito aguardado disco “Transumante”. Ao vivo, as
canções, recriadas no formato de viola e voz, abrem perspetivas diferentes para contemplar uma
obra já com três décadas que, em espetáculo, é revisitada através de canções novas e antigas
de discos a solo, marcos da discografia de Diabo Na Cruz e fados escritos para outros artistas.
Na primeira parte da noite, Diogo Zambujo, jovem cantautor natural de Beja e herdeiro de uma
forte tradição musical e familiar, aposta numa abordagem minimalista e emocional, com melodias
simples e letras sinceras.
Para fechar esta edição com chave de ouro os Mão Morta, que em 2024 celebraram os 40 anos
da sua fundação; trazem um espetáculo que reflete a sua postura crítica e interventiva, ligada à
luta pela liberdade e contra o fascismo. Através de um espetáculo, que mistura a música de
intervenção portuguesa com o rock e experimentalismo característicos da banda, os Mão Morta
apresentam uma reflexão sobre o “pós-fascismo”; um regresso sempre desejado ao palco da
Casa das Artes arcuense.
Para além de todos os concertos e conforme vem acontecendo todos os anos, há ainda no Foyer
do Auditório da Casa das Artes arcuense uma exposição fotográfica com a compilação dos
momentos mais marcantes da edição anterior.
Os bilhetes para a 23ª Edição do Festival Sons de Vez têm um valor de 6€ e 10€ e ficam
disponíveis para compra no primeiro dia da semana de cada espetáculo, unicamente via telefone
pelo número da Casa das Artes 258 520 520.