No sábado 4 de novembro, deu-se a primeira jornada do Campeonato Nacional da 1ª divisão (CN1), este ano a começar mais tarde por causa da realização do Campeonato do Mundo de Rugby. Nesta fase regional, o C.R. Arcos de Valdevez deslocou-se ao campo da Caseta para defrontar o Braga Râguebi, conseguindo uma suada vitória por uns cerrados 8-10.
O principal protagonista do jogo foi o mau tempo. A tempestade Domingos presenteou as duas equipas com ventos fortes e precipitações intensas, que condicionaram definitivamente o encontro: o jogo tático ao pé, as introduções nos alinhamentos e a circulação da bola à mão estavam severamente desregulados pela imprevisibilidade e intensidade dos fatores atmosféricos.
Deste modo, os presentes assistiram ao jogo que era possível ver. Houve poucas jogadas vistosas, mas muitos embates e lutas pela bola, nunca estando em causa a competitividade e vontade de vencer de ambas as equipas. Em termos da evolução do marcador, a meio da primeira parte, os visitantes marcaram um ensaio convertido que cifrou o resultado ao intervalo por 0-7. Na segunda parte, a pressão dos da casa aumentou, o que fez com que marcassem ensaio aos 70 minutos (5-7), convertessem uma penalidade aos 75, pondo-os à frente do marcador pela primeira vez (8-7). Aos 78 minutos, isto é, a dois minutos do fim, os arcuenses acabaram com as esperanças dos homens da cidade dos arcebispos, ao converter uma penalidade que determinou o resultado final (8-10).
Em termos táticos e técnicos, assistimos a duas partes com tendências ligeiramente diferentes. Nos primeiros 40 minutos, o Braga mostrou-se mais pressionante, ocupando a maior parte do tempo o meio campo adversário. A posse de bola foi relativamente equilibrada (embora com ascendente dos da casa), com os arcuenses a procurarem construir jogadas que acabavam invariavelmente na segunda ou terceira fase, por maus domínios de bola a que as condições atmosféricas não eram alheias. Por seu lado, os bracarenses, insistiam no domínio territorial e na supremacia nos alinhamentos para procurarem bater a bem organizada defesa visitante. Na segunda parte, o domínio territorial dos homens da casa intensificou-se, assim como a posse de bola. A iniciativa de jogo passou a ser quase exclusiva dos bracarenses, que se tornaram mais pressionantes, tendo também vantagem na formação ordenada, onde beneficiaram de muitas faltas assinaladas ao adversário.
Em termos de balanço, o resultado final foi ingrato para o Braga Râguebi, que foi a equipa dominante na maior parte do jogo, tendo sido penalizada pela sua falta de eficácia: três penalidades falhadas e um domínio que raramente chegou muito perto da linha de ensaio adversária falam por si. Por outro lado, o entusiasmo da equipa nem sempre é compatível com a necessária frieza nos momentos de decisão, nomeadamente no controlo da indisciplina: nos últimos 10 minutos os bracarenses foram admoestados com dois cartões amarelos, o que os fez jogar os momentos finais com menos duas unidades que o adversário. Por seu lado, a equipa de Arcos de Valdevez, que pareceu ter-se adaptado menos bem às condições do terreno que o adversário, viu a sua exibição premiada pelo acerto defensivo: apesar de dominados territorialmente e em termos de posse de bola, viu-se sempre uma defesa sólida, que raramente permitiu perfurações que provocassem a sua desorganização. Por outro lado, mostrou mais experiência e maturidade que os da casa, o que se viu sobretudo a nível da eficácia: menos domínio de bola e de território deram lugar a mais pontos que o adversário.
A segunda jornada do CN1 está marcada para 11 de novembro, onde o C.R Arcos de Valdevez defrontará outra equipa minhota, o Guimarães RFC, em casa, às 15 horas.