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Dia 13 de maio, um dia de devoção, de imensa fé para o povo português e para outros povos do mundo que têm tomado como seu o amor pela Nossa Senhora de Fátima. Durante toda a semana replicaram-se as imagens de milhares de peregrinos que fizeram a sua viagem até ao Santuário de Fátima pelas mais diversas razões: promessas, tradição, fé e também por agradecimento. E Cátia Fernandes, fê-lo por esta última: agradecimento.

Mas o caminho percorrido desde Arcos de Valdevez até Leiria não foi feito a sós. Cátia empreendeu a sua caminhada acompanhada de uma das suas melhores amigas, Sofia Torres. E mais três pessoas, duas delas, Márcio Alves e Sónia Lima, também principiantes. Quem os acompanhou? O Francisco Sousa, um arcuense, residente na freguesia de Távora, de 67 anos que percorre ‘os caminhos da fé’ há 22 anos.

O ‘Pai Chico’ como é chamado por todos aqueles que o conhecem, é uma força da natureza “se não fosse por ele teríamos ficado pelo caminho. Ele tem uma força incrível e ajudou-nos sempre”, refere Cátia, quem nos conta que culminada a primeira etapa da caminhada já sentia as forças a esmorecer “quando cheguei a Braga já tinha os pés bastante comprometidos. Fui à farmácia e tratei-os. Só pensava: meu Deus, se já estou assim na primeira etapa, como será o restante caminho?! Mas a realidade é que consegui. Vim para agradecer! Agradecer por poder estar cá com os meus filhos, com a minha família. Agradecer que despertei do coma e que estou bem, depois de todo o sucedido” conta, emocionada.

E continua com o seu relato “o Pai Chico foi um corajoso ao aceitar ir com quatro pessoas que nunca tinham feito a peregrinação. É uma caminhada muito dura. Mas ele esteve sempre ao nosso lado, a nos dar força. Também graças a ele chegamos até o fim”, afirma.

Já para o Pai Xico, que faz esta peregrinação duas vezes por ano (maio e outubro) o caminho, ainda quando já é conhecido, tem sempre desafios “a primeira vez que vim a Fátima a pé, foi há 22 anos, por uma promessa, e saí de sapatinho de sola, calça de ganga e camisa branca…cheguei, mas foi um caminho muito duro. Quando cheguei à rotunda dos Pastorinhos os pés já não me entravam no calçadão. Mas consegui, cumpri a minha promessa. A partir de aquele ano, volto sempre, agora vestido como deve ser, e enquanto eu puder, não virei de carro a Fátima. Faço-o sempre a pé.”

Ao longo de 22 anos são muitas as histórias que se conhecem ao longo de uma semana de peregrinação. Muitos rostos, desconhecidos, que acabam por se tornar amigos porque na dureza do caminho, identificam-se e isto, é um laço que depois, é difícil de quebrar.

Todos os anos, juntam-se, em peregrinação, histórias de vida diversas, tão diversas quanto as dificuldades que o caminho apresenta. Histórias de dor, sofrimento, amor, esperança, agradecimento. Histórias que ainda nos fazem acreditar que a fé, ainda é capaz de mexer montanhas e de fazer perto o percurso mais longo.

Todo homem de fé é sempre, um homem de ferro”

luciano silva

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Diretora Arcos em Destaque

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