Os pastores na freguesia da Miranda encontram-se desesperados. O ataque aos rebanhos sempre existiu, mas confessam que desde maio 2023 até ao dia de hoje, a situação “está completamente descontrolada”.
O Arcos em Destaque esteve à conversa com os pastores que afirmam encontrar-se “profundamente preocupados e tristes com a situação”. Afirmam que os ataques são feitos pelo lobo e garantem ter visto alguns dos ataques. Já participaram o sucedido às autoridades competentes “mas nada é feito. Já fizemos queixa ao ICNF. Autoridades do parque já vieram cá, várias vezes, após os ataques, confirmar o sucedido, mas a realidade é que tudo continua igual. Sempre houve ataque dos animais, mas desde maio deste ano, tem sido uma situação que está descontrolada”, afirmam os pastores.
O grupo de lesados confirma que os ataques são feitos pelo lobo “o meu marido viu. Podem querer dizer que são cães, mas é o lobo. Nós percebemos que é uma raça protegida. Contra isso nada. Mas chegamos ao ponto que, para protegermos o lobo, estamos a prejudicar os nossos animais, o prejuízo é muito, e as respostas são zero”, garantem.
Os pastores referem eu os lugares mais atingidos por esta vaga de ataques aos rebanhos são: Almoinha, Cendufe, Vaqueira e Raposeira e onze é o número de pastores que viram os seus rebanhos morrerem vítimas destes ataques.
As queixas foram apresentadas às autoridades competentes “mas ainda não recebemos qualquer tipo de resposta e a situação cada vez fica mais grave. Já não sabemos onde havemos de por os animais para pastarem. Só queremos ser ouvidos e que a situação seja resolvida. Estamos a ser demasiado prejudicados”.
Animais à solta nas ruas da freguesia ‘danificam o património’
Outro dos assuntos que preocupa o presidente da junta da freguesia de Miranda e a sua população é os animais que, ao fim do dia, andam soltos pelas ruas da aldeia e que já causaram alguns estragos “o parque de merendas já foi danificado. As vedações em madeira e a plantação de árvores ficaram danificados. Estes animais têm dono, mas na hora de responder pelos danos causados, ninguém sabe de quem são”, afirma José Oliveira.
Ao que tudo indica os animais, que durante o dia se encontram dentro de campos delimitados são soltos ao final da tarde e percorrem livremente as ruas da aldeia “isto é um perigo. Porque são animais de grande porte. Se danificarem um carro, ou uma casa quem se responsabiliza? Queremos chamar também a atenção das autoridades para este ponto. Pedimos que os animais sejam guardados nos locais certos e que haja consciência. Não podem andar livremente pelas ruas da aldeia. É um perigo para todos”, afirmam alguns populares.