No dia 08 de agosto, foi celebrado, o dia da Diáspora Arcuense, inserido no programa das festas da Lapa e também, o dia do Emigrante. Para assinalar a data, o Município, juntamente com o Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Paulo Cafôfo, receberam, no Salão Nobre dos Paços do Concelho representantes de 25 associações que, lá fora, mantém o nome de Arcos de Valdevez em alta.
Este encontro serviu, também para apresentar dois projetos: o programa Regressar e o Apoio ao Investimento para Emigrantes. Ambos projetos têm a chancela do governo e o Município de Arcos de Valdevez associou-se para apoiar todos os emigrantes arcuenses que desejem regressar à sua terra ou que, ainda estando lá fora, desejem investir em solo português.
O Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, na sua alocução afirmou que “nós na diáspora somos os maiores ativos, e nós queremos que este ativo seja estratégico no país. Estamos a falar de cinco milhões de pessoas que estão a residir no estrangeiro, pessoas que nunca se esqueceram do nosso país e serão sempre bem vindos.”
No âmbito do programa governativo ‘Regressar’, que visa ajudar portugueses emigrantes que, impedidos de sair dos seus países de acolhimento por diversas razões, uma das quais económicas, Paulo Cafôfo adiantou “queremos que o regresso seja feito não só nesta altura – de férias- mas que possam, se assim entenderem, regressar ao nosso país de forma definitiva. O governo dá aqui um sinal político claro de medidas e de uma ação política de reconhecer e de incentivar esse regresso.”
Segundo dados fornecidos pela Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas o programa Regressar tem tido, até ao momento, 19.000 aderentes. Realçando ainda a maior parte dos que regressam são aqueles que saíram nos tempos da crise de 2008 até 2013/2015 e têm entre 25 e 44 anos.
“portanto, são gente jovem, e 38% tem o ensino superior, ou seja, estamos também a falar do regresso de pessoas qualificadas (…) precisamos de pessoas que possam ser um ativo para que a economia possa ter o dinheiro que se quer, mas também, que possam estes portugueses, ter esta oportunidade e um incentivo de virem para Portugal para residir ou para investir.”
Paulo Cafôfo
Já o Programa Nacional de Apoio a Investimentos da Diáspora, dá benefícios e acompanha projetos de investimento no país, com uma particularidade: esses investimentos são feitos em territórios de baixa densidade, ou seja, territórios que fora dos grandes centros urbanos, precisam de investimento e precisam de gente.
O encontro com a Diáspora privilegiou o contacto com os representantes das associações arcuenses existentes em diversos países do mundo e sobre este tema Cafôfo ressalvou “o governo tem um programa de apoio ao associativismo. Já apoiamos com 3,7 milhões de euros, candidaturas de atividades e de iniciativas por esse mundo fora. É uma das formas de promover a nossa identidade e a nossa cultura, no estrangeiro.”
Dados oficias revelam que, neste momento, existem 260 pessoas com o estatuto de investidores da diáspora. Mas, para receber esses apoios, precisam de ter o estatuto de investidores da diáspora “temos projetos no valor de 153 milhões de euros que estão já no terreno e portanto, isto são dados que são significativos de uma aposta certa para captar investimento e esse investimento ser uma forma de desenvolvimento principalmente, nos municípios de baixa densidade.”
Paulo Cafôfo confirma ainda que:
“temos estado a assistir, nos últimos tempos, um crescimento significativo do interesse por investir em Portugal. No ano passado, batemos um recorde, 3,9 milhões de euros de remessas de imigrantes. Isso ja corresponde a 1,6% do nosso PIB. Mas além das remessas, também temos estado a assistir, a um investimento em negócios, na área da construção, na área do turismo, na área da indústria transformadora, que significa que além das remessas, estamos a criar o PIB, estamos a gerar riqueza e estamos a potenciar o território”.
A maior fatia de investimentos têm sido no âmbito do turismo e, atualmente, “um em cada quatro turistas que visitam o nosso país, fá-lo porque teve contacto com a comunidade portuguesa que reside no estrangeiro, ou seja, além de embaixadores da cultura portuguesa são da também promotores do nosso país em termos turísticos e fazem a promoção de Portugal como destino de excelência na história, no turismo, na cultura e aqui em Arcos de Valdevez e no Minho, são um exemplo dessa dinâmica do turismo”.
Para finalizar, foi reforçada, a necessidade e a importância que tem a língua portuguesa nos emigrantes e nas suas famílias “é importante que os emigrantes ensinem a falar português aos seus filhos e netos”, adiantando que “temos um programa de digitalização do ensino da língua portuguesa, são 17 milhões de euros em equipamentos informáticos. Tablets com programas digitais que promovem o ensino da língua portuguesa. Portanto, no próximo ano letivo, todo o ensino português no estrangeiro, terá estes equipamentos, e será um salto na digitalização, mas também, um salto na motivação, para que mais alunos possam aprender a língua portuguesa”.