Em carta, enviada à comunicação social, na passada terca-feira, 17 de outubro, os moradores no bairro social do Sobreiro, em Arcos de Valdevez denunciam as condições “desumanas” em que vivem e acusam o Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU) e a câmara local de não intervirem nas habitações “deterioradas”.
Os moradores alegam que “os problemas do bairro já foram reportados ao IHRU, por ‘email’ e via telefone mais de 100 vezes”. Referindo ainda que “a Câmara de Arcos de Valdevez só dá desculpas, em vez de arranjar soluções viáveis”.
Segundo os moradores, em março de 2022, receberam um ofício do Departamento de Promoção e Reabilitação do Norte, “a prometer a realização de obras e melhorias no bairro do Sobreiro, visando resolver as questões prementes que foram levantadas”.
Mas garantem que “até o momento presente, não houve nenhuma indicação tangível de progresso ou ação concreta para cumprir as promessas delineadas no referido ofício”.
Segundo os moradores, “a falta de qualquer desenvolvimento substancial tem causado uma crescente sensação de frustração e desilusão entre os moradores, que têm sido privados de melhorias urgentemente necessárias”.
“A ausência de transparência e prestação de contas nesse assunto é profundamente preocupante e exige uma pronta intervenção para restaurar a confiança e garantir o bem-estar da comunidade do bairro do Sobreiro”, alertam.
Em declarações dadas à Lusa, João Manuel Esteves, presidente da Câmara Municipal de Arcos de Valdevez, reconheceu que os moradore “têm razão” mas sublinhou que o bairro é propriedade do IHRU, organismo a quem cabe reabilitar os edifícios.
Na carta enviada às redações, os moradores queixam-se de serem “amplamente negligenciados tanto pelo IHRU, como pela Câmara de Arcos de Valdevez” e justificam a decisão de denunciar a situação para “chamar a atenção para urgência de ações concretas e imediatas por parte das autoridades competentes”.
Os moradores “queixam-se” de uma “inércia contínua” que “perpetua a desigualdade social e a marginalização dos residentes, mas também representa uma clara violação dos direitos humanos básicos”.
“Apelamos a todos os responsáveis para que ajam com prontidão e empenho, assumindo a responsabilidade pela transformação significativa e positiva do bairro”, alertam.