Quem o diz é João Manuel Esteves, Presidente da Câmara Municipal de Arcos de Valdevez, que em entrevista ao Arcos em Destaque, fez um resumo daquilo que pretendem ainda conseguir enquanto Executivo para este que será o último mandato do autarca.
O concelho de Arcos de Valdevez tem sido protagonista, nos últimos anos, de um constante crescimento não só populacional, devido ao grande número de emigrantes que escolhem o território para se fixarem, mas também, económico, com uma forte oferta cultural e profissional. Um concelho com uma dinâmica acelerada e uma rede de associações, instituições, empresas e pessoas a remarem, inequivocamente, para o lado certo.
Os próximos dois anos serão de desafios. Mas o objetivo está traçado: continuar a abrir os caminhos para que, quem vier a seguir, possa continuar o trabalho que foi desenvolvido ao longo destes anos. Esta é a meta de João Manuel Esteves, quem está a liderar o concelho naquele que constitui o seu último mandato, mas que não tem qualquer pretensão pessoal. Demonstra isso quando à pergunta feita pelo Arcos em Destaque: como gostaria de ser lembrado, quando deixar o cargo? responde:
O autarca, homem de conversa fácil, e um ritmo de trabalho que roça no alucinante, consegue ver com muita clareza os objetivos para este último mandato: “eu acho que ao passarmos nestes cargos no fundo, estão-nos a dar uma oportunidade, deram-nos uma oportunidade para que com os outros, com envolvimento, possamos contribuir para que haja uma melhoria das condições de vida das pessoas e é aquilo que eu acho que é mais importante”.
Mas para conseguir este desenvolvimento é fulcral que exista uma simbiose entre todos os sistemas que coexistem no concelho: “a Câmara Municipal, os serviços da Câmara, as Juntas de Freguesia, as associações, as instituições sociais, culturais, e acima de tudo, os Arcuenses, quer estejam eles cá os 365 dias do ano, quer eles estejam no estrangeiro. Duma forma ou doutra que estejam cá ou fora, têm todos o concelho no coração esse são os grandes objetivos”, afirma o autarca.
Os objetivos do Executivo estão traçados e pretendem o desenvolvimento continuo e sustentável em três pilares fundamentais: Educação (formação- conhecimento), Emprego- Investimento e Qualidade de Vida.
“O fator educação é, para nós, determinante. Quantas mais condições nós dermos às nossas crianças e jovens , aqueles que acabam o seu percurso escolar, aqueles que ainda tiverem oportunidade de progredir , de se qualificar, de melhorar a sua formação, mais oportunidade terão para melhorar a qualidade da sua vida. E é por isso que nós estamos a fazer e iremos continuar a fazer investimentos na área da educação. Continuar a investir e a melhorar as instalações”
A meta do Executivo é criar condições para que todas as pessoas possam melhorar a sua formação “e com isso, obviamente, estamos a esperar que havendo mais formação exista mais qualificação e com mais qualificação mais capacidade de responder às questões do mercado e terem com isso, melhores empregos e melhor rendimento para as famílias. E essa é uma questão central aqui no nosso concelho”, vinca João Manuel Esteves.
Por isso a estratégia é fazer parcerias com instituições de ensino, tal e como aconteceu com o polo do IPVC: “ampliando o investimento nas zonas industriais. Incentivando a empresas internacionais para se fixarem nos nossos espaços, duplicar a capacidade dos nossos parques industriais. Há empresas que se estão a diversificar para setores muitos mais intensos em tecnologia e por isso, a precisarem destas pessoas com formação, e ao mesmo tempo, estamos a ter um conjunto de incentivos para quem quer fazer a sua própria empresa. Fizemos o PROCOM, fizemos o InvestArcos, Terras do Vez, incentivos para a qualificação e para o emprego em Arcos de Valdevez”, explica o autarca.
Para Executivo é importante que as pessoas tenham trabalho em Arcos de Valdevez e terem condições para realizarem aquilo que gostam no seu concelho “seja na agricultura, no comercio, nos serviços, no turismo”, realça.
A Câmara Municipal tem primado por ‘políticas fiscais amigas’, que proporcionem um ambiente favorável para o investimento “e esse foi um salto muito grande em Arcos de Valdevez ultimamente que foi a criação do CITI (Centro Interface Tecnológico). Nós agora estamos a tratar da parte dura ou seja, a construção e ampliação das zonas industriais, fibras óticas, para dar melhores condições às empresas para se poderem fixar. Passando agora para a parte do conhecimento, como é que as empresas podem inovar e como se pode ajudar as empresas a inovar. E é com enorme satisfação que nós criamos o CITI com o IPVC, a Câmara dos Arcos, a CIM Alto Minho, um grupo que neste momento já vai em mais de 20 empresas sendo que a Universidade do Minho também se vai querer associar a este projeto, já pediu adesão”.
Outro dos pilares fundamentais do concelho arcuense é o turismo. Onde têm feito grandes investimentos “quer na promoção, quer no apoio ao aparecimento de novos negócios. Só para termos a noção na região norte o último hotel cinco estrelas que abriu, foi em Arcos de Valdevez. O turismo é um setor que tem muita projeção e nós queremos e vamos continuar a investir neste setor”.
O Concelho de Arcos de Valdevez é um território com condições para ter grandes referência ao nível do património: : “temos o Parque Nacional Peneda-Gerês, a Ecovia, Sistelo, as Florestas Encantadas ou então, património cultural. Nomeadamente a nossa ligação à formação da nacionalidade, todas as questões da arqueologia, os usos, costumes e tradições, todas elas muito valorizadas e muito importantes para esta imagem “.
E são todos estes pilares e referências patrimoniais que têm permitido o concelho afirmar a sua imagem além fronteiras. E dessa maneira, conseguir atrair investimentos estrangeiros ou melhor ainda, chamar estrangeiros para se afixarem neste território.
São objetivos traçados para não só fazer crescer o concelho em termos económicos, mas também, para proporcionar qualidade de vida para os Arcuenses e para todos aqueles que, ainda quando são de muito longe, possam vir a sentir Arcos de Valdevez como a sua terra e queiram ficar por cá.
Para isto ser possível o Executivo tem primado -e continuará a fazê-lo- pelo investimento na melhoria da qualidade de vida das pessoas “ temos de ter sítios onde as pessoas se sintam bem, por isso fazemos investimento na vias, no alargamento da rede de água e saneamento, fibra ótica, resíduos sólidos, eficiência energética, melhoria em tudo aquilo a que chamamos infraestruturas por tanto, temos feito um grande investimento nessa parte e que continuará a ser uma realidade. O concelho é enorme mas queremos melhorar e manter essa rede, por isso, fazemos grandes investimentos nesta parte”, vinca João Manuel Esteves.
Mas este investimento vai de mãos dadas com o investimento na área social: “e é nesta área que nos últimos anos a Câmara deu um salto gigante naquilo que é apoio à nossa comunidade, nomeadamente ás pessoas mais desfavorecidas. Sendo que desfavorecido não é só desde o ponto de vista financeiro, mas também muitas vezes do ponto de vista social, e é preciso resolver esse tipo de situações”.
Este investimento prende-se com uma política fiscal amiga das famílias “apoios quer seja para alimentação, para habitação, apoios financeiros para os jovens para construírem casas. Há reduções de IMI e de IMT. Para as pessoas fazerem reabilitação em todo o concelho há incentivos. Todas as taxas para reabilitar estão a 50%. A redução de IMI e de IMT em todo o concelho está a 50%. Há incentivos ao arrendamento quem arrendar à câmara municipal para a câmara subarrendar, nós estamos a dar incentivos”.
Também foram dados apoios às creches do concelho e apoio às fichas de todos os alunos do Agrupamento de Escolas de Valdevez “uns a 100% outros a 50% dependendo dos rendimentos de cada um. Mas temos esse tipo de apoios que fazemos em articulação com os nossos variadíssimos parceiros. Desde logo as escolas e as IPSS”.
João Manuel Esteves confessa que estes são os objetivos traçados para o resto do seu mandato e pretende deixar este caminho aberto para quem vier a seguir “queremos ser sustentáveis ao ponto ambiental, social, económico, cultural, que estejamos a melhorar e não a prejudicar as gerações futuras. Isso é transversal na nossa estratégia. Criando oportunidades para os que estão cá. Criando oportunidades para atrair: quer seja investimento ou pessoas”.
“Achamos que somos um território bom para viver , para trabalhar, para visitar, para investir, e esta é um bocadinho a nossa lógica. Temos uma rede de parceiros que nos têm ajudado. A câmara, os serviços da câmara, as juntas de freguesia, as associações, as instituições sociais, culturais, e acima de tudo os Arcuenses, quer estejam eles cá os 365 dias do ano, quer eles estejam no estrangeiro. Duma forma ou doutra que estejam cá ou fora, têm todos o concelho no coração esse são os grandes objetivos”, concluiu.