Manuel e Tânia moram numa tenda improvisada nas margens do rio Vez, mesmo por baixo do Museu da Água em Arcos de Valdevez. Em declarações exclusivas ao Arcos em Destaque o casal conta que foram emigrantes na França, e depois de alguns anos “voltamos para ajudar os pais da Tânia, mas as coisas correram mal e a nossa vida começou a descambar de tal forma que acabamos nesta situação”.
Contam que vivem nesta tenda improvisada há dois anos “a maior vergonha que eu passei na minha vida foi a primeira noite que tive de dormir aqui”, recorda Manuel, vincando ainda “ninguém gosta de viver nestas condições. Nós só queríamos uma casa digna para poder viver”.
Contam que, recentemente, e depois de terem recusado serem trasladados para um albergue em Viana do Castelo “recebemos uma carta da GNR a dizer que hoje, dia 30, ao meio dia, iriam vir ter connosco para abandonarmos a tenda, mas nós não temos para onde ir”, afirmam.
O Arcos em Destaque presenciou a visita da GNR ao casal onde lhes foi pedido que abandonassem o local até ao dia de amanhã, 31 de janeiro “se no dia 01 de fevereiro ainda estivermos cá a GNR volta com o Tribunal para nos tirar as nossas coisas e sairmos daqui de vez”, explicam.
O casal que se diz estar numa ‘situação limite’ procura que lhe seja atribuída uma Habitação Social no concelho o que, segundo referiu a vereadora responsável pela Ação Social da autarquia, Emília Cerdeira, também em declarações ao Arcos em Destaque “neste momento é impossível uma vez que não há casas disponíveis”.
Explicando ainda que “a ação social da autarquia já apresentou várias soluções ao casal e todas elas foram recusadas. Este caso tem sido acompanhado de perto pelas técnicas da autarquia, mas, até ao momento, nenhuma proposta apresentada foi acolhida de forma positiva pelo casal”.
Tânia e Manuel deixam um apelo:
pedimos que alguém nos possa ajudar. Vivemos nesta situação há dois anos. Ninguém gosta de viver nesta situação, é muito duro viver assim. Estamos desesperados. Temos de ir embora daqui, e não temos para onde ir. Precisamos de um emprego fixo para poder ter oportunidades de mudar a nossa vida. Queremos ter uma vida digna”.
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