Foi inaugurado no passado domingo, 30 de outubro, o Mercado das Terras do Alto Vez, em Sistelo. Uma iniciativa que visa levar até aos consumidores os produtos dos produtores locais das Terras do Alto Vez proporcionando desta forma, uma maior interação entre os consumidores e os produtores, encurtando as cadeias de transporte dos produtos e tornando mais rentável a atividade da agricultura.
Este mercado reúne, em si, agricultores das dez freguesias que constituem as Terras do Alto Vez: Gondoriz, União de Freguesias de São Cosme, Vilela e Sá, Cabreiro, Sistelo, Loureda e Álvora, Extremo e Portela, Padroso, Sabadim, Rio de Moinhos, Eiras e Mei e que os últimos domingos de cada mês, irão deliciar os consumidores com os seus produtos biológicos de alta qualidade.
Para o Presidente da Junta de Sistelo, Sérgio Rodrigues: “o objetivo deste mercado é potenciar a agricultura tradicional e valorizar os produtores da terra . É tentarmos valorizar este tipo de mercados para que as pessoas tenham algum incentivo não só para consumo próprio, mas para que consigam fazer disto um negócio”.
Aquilo que se pretende com este mercado é consolidar a confiança entre os consumidores e os produtores. Que as pessoas saibam aquilo que estão a comprar e das mãos de quem o estão a obter. Para Jorge Miranda, membro ativo movimento Slow Food “este mercado quer vir de encontro a uma estratégia que a UE quer implementar em toda Europa que é a ligação direta entre o agricultor e o consumidor. É a estratégia farm to fork (da quinta ao prato) que pretende diminuir ao máximo os canais que estão no meio deste processos na perspetiva de irmos ao encontro daquilo que é justo. Ou seja, não haver aqui três ou quarto partes que acabam por ficar com o valor máximo do negócio e que não se reflete em quase nada para o produtor”.
Este mercado também está na génese do movimento slow food, movimento que também preza a ideia do coprodutor. Que não é mais do que o consumidor que se preocupa por saber de onde vem o produto, quais as origens, e as condições de produção daquilo que está a consumir.
A ideia destes mercados é “que as pessoas se preocupem em consumir o que é nosso, que é genuíno e que tem qualidade. Todos nos enquanto consumidores temos essa obrigação. De olhar pelos nossos territórios e as nossas ações diárias são importantes para a manutenção destes territórios. Não é ficarmos só pelo discurso, temos de agir, e agir é isto. Vir aqui e contribuir para que os pequenos produtores consigam escoar os seus produtos, consigam valorizar, consigam ter rentabilidade e permitam que o território se mantenha ocupado”. Jorge Miranda.
Já para o para o presidente da Câmara Municipal, João Manuel Esteves: “esta é uma iniciativa de valorização dos produtos e dos produtores. É uma oportunidade para mostramos o que produz a terra, aquilo que fazemos bem. E também ajudar os produtores. Dando oportunidade às pessoas que por aqui passam de terem acesso a produtos da terra, a produtos bons, e às pessoas da terra (produtores) oportunidade de vender. Portanto, é uma aproximação. Aquilo que hoje em dia muito se fala das famosas cadeias curtas: ou seja ser do campo para o prato, ser rápido, e ao mesmo tempo amigo do ambiente porque reduz substancialmente a pegada ecológica. Por tanto temos aqui uma boa simbiose daquilo que é sustentável”, concluiu.