As Vinhas de Cypriano, na freguesia de Vila Nova de Muía, Ponte da Barca, estão em mãos da mesma linhagem familiar desde o ano 1696. Cypriano Joseph da Rocha, um ilustre Barquense nascido no Barral, S. João de Vila Chã, em 1685, era o orgulhoso dono destas terras que, 377 anos depois, produzem o elixir predileto do deus Baco, e que certamente, depois da apresentação feita no passado sábado, 10 de junho, dia de Portugal, será também o preferido da comunidade barquense, limítrofe e diáspora.
Os vinhos produzidos nas vinhas de Cypriano foram formalmente apresentados no passado sábado, à comunidade, mediante um evento denominado: ‘Quinta de Cypriano: Vinhos e Enoturismo com História’, e que pretendeu ser o pontapé de saída para dar a conhecer a gama de vinhos que se produzem nesta quinta que, dentro em breve, constituirá, também, um projeto enoturístico de referência dentro do território da rota dos vinhos.
Assim, a família Andresen- Guimarães, seguindo os preceitos do seu antepassado, Cypriano Joseph da Rocha, e passados mais de 300 anos, produzem vinho pretendendo que a casa secular que precede as vastas vinhas da Casa de Quintela, seja um ponto turístico de eleição “as vinhas de Cypriano, pertencentes ao nosso heptavô, e das quais gostava tanto, produzem agora duas gamas de vinho (loureiro-grande escolha) e vinhão, numa homenagem a ele, que, ainda quando teve de embarcar para o Brasil, no ano de 1728, como ouvidor da corte, à mercê do Rei D. João V, jamais se esqueceu das suas vinhas, pedindo à sua esposa, ‘que tratasse bem delas’, como podemos ler numa carta enviada pelo Cypriano à sua mulher com data de 10 de junho de 1729”, explica Leonor Andresen-Guimarães, responsável pelo projeto vitivinícola e enoturístico.
As Vinhas de Cypriano- Casa de Quintela será, dentro em breve, mais do que um espaço no qual se produz vinho transformando-se, ainda, um projeto enoturístico “o projeto enoturístico está para breve. Reformamos umas ruínas que existiam dentro da propriedade para transformá-las numa casa com seis quartos para albergar turistas que desejem vir conhecer o concelho de Ponte da Barca e assim, poder oferecer uma experiência diferente com provas de vinho, degustações gastronómicas, visita às vinhas, e um passeio pela história da Casa de Quintela e do nosso antepassado Cypriano”, confirma a família.
Para o Presidente da Câmara de Ponte da Barca, Augusto Marinho, quem também esteve presente no evento “estarmos presentes neste evento tem, para nós, um duplo significado uma vez que neste fim-de-semana está a decorrer também, o Mercado dos Vinhos aqui em Ponte da Barca. Desde 2017 que tem ocorrido aqui no concelho uma -quase- duplicação, da oferta turística a nível de quartos no território; e, ao nível da produção de vinhos, o número de produtores -quase- que duplicou também, neste período, o que evidencia uma dinâmica muito forte do território e a apetência que ele tem para o turismo e para o setor do enoturismo, que é tão importante. Estar hoje aqui é uma particular satisfação na medida em que este empreendimento consolida, e evidencia, esse mesmo dinamismo nesta área tão importante para nós quanto é o turismo e o enoturismo”.
É importante referir que, recentemente, o Município de Ponte da Barca assinou um protocolo de geminação com o Município de Poços de Caldas, no sul de Minas-Gerais/ Brasil, território no qual Cypriano Joseph da Rocha, deixou uma marca muito forte “ele (Cypriano) desenvolveu um trabalho notável nesta região do Brasil. As cartas que ele enviava para Portugal são hoje estudadas pelo Instituto Histórico e Geográfico de Minas-Gerais por ter sido um homem que teve um impacto enorme naquela comunidade. Um ilustre Barquense! Por tanto, a história, o produto que é o vinho, e as condições fazem deste empreendimento totalmente ajustado à estratégia de desenvolvimento traçada pelo Município e que é um ponto de partida e uma evidência do trabalho que temos pela frente”, concluiu o autarca.
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