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Olá caro (a) leitor(a)! Se ainda se recorda o artigo anterior- “A compaixão na nossa vida” finalizava com uma pergunta: “Sabia que praticar a compaixão ajuda a aumentar a sua Inteligência Emocional?”.  

 Pois foi esta pergunta que determinou o assunto deste artigo – vamos falar sobre Inteligência Emocional!

Talvez já tenha ouvido falar sobre Inteligência Emocional, até porque é um tema que está muito em voga, mas nunca é demais falar sobre ela.

Começo por lhe dizer que a primeira referência à Inteligência Emocional foi feita por Charles Darwin no séc. XIX que usou o termo “expressão emocional” e que estava mais relacionada com o instinto de sobrevivência.

Depois, já no século XX, apareceram outros termos como os de inteligência social, que abordava a capacidade humana de compreender e motivar uns aos outros, e de inteligências múltiplas, que tratava dos aspetos intra e interpessoais. Foram, sem dúvida, referências importantes e que contribuíram para a definição atual de Inteligência Emocional.

No entanto, o termo em si, foi usado pela primeira vez em 1990 pelos pesquisadores Peter Salovey e John D. Mayer, na revista Imagination Cognition and Personality; mas foi Daniel Goleman quem o popularizou, no seu livro Emotional Intelligence” em 1995. Entre as suas principais contribuições técnicas, está a criação do conceito de Quociente Emocional (QE), um complemento ao Quociente de Inteligência, o famoso QI.

Segundo Goleman, a capacidade de uma pessoa saber lidar com as suas emoções é muito mais importante que a sua competência de processar informações e que o sucesso de uma pessoa, de acordo com o autor, tem 80% a ver com o seu QE, enquanto o QI é responsável pelos outros 20%.

A Inteligência Emocional é a capacidade de reconhecer emoções (em nós e nos outros) e gerir a forma como respondemos a essas emoções. 

Uma emoção provoca uma ação, uma resposta. Normalmente, diante de certas emoções, a nossa resposta geralmente é automática. O que a inteligência emocional diz é que é possível responder em vez de reagir. Ou seja, introduz o conceito de gerir a resposta a um estímulo.

Uma emoção ocorre em resposta a algo que nos acontece. Em primeiro lugar, damos a nós mesmos uma explicação do que aconteceu (pensamento) e imediatamente temos uma reação fisiológica (emoção).

Não podemos escolher ter ou não ter uma emoção, já que é algo que acontece fora da nossa vontade. O que podemos decidir é o que queremos fazer com ela. Podemos dizer que as emoções são a ponte entre o pensamento e a ação. São as ações que determinam os nossos resultados, moldando as nossas vidas. Portanto, se formos capazes de escolher as nossas ações, temos mais oportunidades de obter resultados diferentes.

A Inteligência Emocional também é útil para melhorar o nosso relacionamento com os outros. Foi demonstrado que uma pessoa com alta inteligência emocional tem uma vida extraordinária.

Dominar a sua Inteligência Emocional significa ser capaz de perceber as suas emoções, saber nomeá-las e assim desenvolver formas de lidar com elas.

Para Daniel Goleman a Inteligência Emocional assenta em cinco pilares:

  • Autoconsciência/Autoconhecimento: saber como responder às coisas que nos acontecem e ter consciência das nossas forças, fraquezas e limitações – autoconsciência– permite-nos desenvolver o nosso autoconhecimento que não é mais do que conhecer-nos a nós próprios de forma que possamos tomar decisões conscientes e acertadas.
  • Autocontrole/ Autorregulação: é a capacidade de dominar as próprias emoções ou os impulsos decorrentes dessas emoções- autocontrole, até porque as emoções, em si, não podem ser controladas, pois são reações espontâneas e automáticas a uma determinada situação – seja ela real, ou não. Ou seja, não podemos controlar a emoção gerada por um impulso, mas podemos recorrer ao autocontrole para dar uma resposta adequada a essa situação –autorregulação.
  • Automotivação: é o processo interno de desenvolver a habilidade de procurar em nós próprios os estímulos que nos irão ajudar a cumprir os nossos objetivos e metas. A automotivação permite-nos colocar as emoções/ sentimentos ao serviço das nossas metas pessoais. Sempre que enfrentamos um desafio ou mesmo um fracasso temos que extrair algo positivo da situação.
  • Empatia: a empatia é a capacidade que uma pessoa tem de compreender e sentir o que uma pessoa está a passar ou passou. É saber ouvir os outros e se esforçar para compreender os seus problemas, as suas dificuldades e as suas emoções.
  • Habilidades sociais: são as competências que nos permitem interagir de forma efetiva e adequada com as pessoas que nos rodeiam. Elas englobam uma variedade de comportamentos comunicativos que nos ajudam a expressar sentimentos, desejos, opiniões de forma equilibrada, nomeadamente a comunicação assertiva, a escuta ativa, a liderança e a persuasão. A soma dessas competências permite criar e transformar as nossas interações diárias em cenários mais positivos.

Muitas pessoas já nascem com determinadas características, enquanto outras vão desenvolvendo certas competências ao longo da vida através da experiência e da maturidade. A boa notícia é que todas as cinco habilidades da inteligência emocional podem ser construídas e aperfeiçoadas com paciência, disciplina e determinação.

Deixo-lhe aqui algumas dicas que podem ajudar a desenvolver a sua Inteligência Emocional:

  • Analise o seu comportamento: pare, observe e entenda como reage e como se comporta com as contrariedades. Este exercício contínuo permitirá que saia do piloto automático e compreenda melhor como trabalhar sua inteligência emocional.
  • Domine as suas emoções: Existem inúmeras técnicas, cabe-lhe a si escolher a que mais lhe faz sentido e usá-la nos momentos em que precisar: respiração; meditação; caminhada; corrida; pilates; Yoga; mindfulness; prática regular de atividades físicas…
  • Melhor a sua comunicação: uma comunicação eficaz carateriza-se por transmitir uma mensagem, a um ou mais indivíduos com a certeza de que foi compreendida, sem margem para qualquer dúvida. Por isso não tenha medo de fazer perguntas e seja o mais claro possível. Aprender a se expressar não é apenas dizer o que sentimos, mas também perceber se o outro compreendeu o que foi dito.
  • Aprenda a lidar com a pressão: o estilo de vida atual exige muito de nós, as questões do dia a dia pedem soluções rápidas o que leva a aumentar a pressão; que pode ser externa, vinda de pessoas a quem devemos prestar contas, ou interna, pois nós mesmos acabamos por nos cobrar pelos resultados.
  • Seja resiliente: situações difíceis podem surgir na vida de qualquer um. O que diferencia as pessoas é como elas reagem a tais eventos. A resiliência  é a capacidade de se adaptar e superar as adversidades.
  • Conheça as suas Forças, Fraquezas e Limites:  as suas forças permitirão ajudar não só equilibrar as suas fraquezas, mas também a explorar oportunidades. Reconhecer as suas fraquezas permite que aprenda a pedir ajuda e valorize o trabalho dos outros. Por fim, os limites vão sinalizar quais são seus valores.

Por este motivo, ser emocionalmente inteligente é algo que beneficia todas as esferas da nossa vida: autoestima, saúde mental, vida profissional, relacionamentos amorosos, relações familiares etc.

Desenvolver a inteligência emocional não é uma tarefa simples, mas também não é algo difícil. São pequenas ações do dia a dia, pautadas em muita reflexão, que nos permitem lidar com nossos sentimentos de maneira mais saudável e construtiva.  

A ideia é lembrar- se sempre que tem uma escolha e que o controle das suas emoções está nas mãos!

Um dos maiores escritores de todos os tempos W. Shakespeare dizia:

Não posso escolher como me sinto, mas posso escolher o que fazer a respeito”.

W. Shakespeare

E que tal começar a aplicar um pouco do que leu neste artigo no seu dia a dia?

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Master de Inteligência Emocional Coach Emocional Humanizado Practitioner em PNL Analista Comportamental Enfª Especialista em Saúde Mental

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