Imagine-se a entrar num ambiente em tons neutros e suaves. Tudo parece harmonioso, a luz abre o espaço e acolhe a sua entrada. Sentem-se a tranquilidade e a calma. Contudo, uma experiência mais atenta do lugar, leva o seu olhar ao encontro de uma peça inusitada, num vibrante e ousado vermelho. Este toque desperta emoções e sensações, conduzindo a novos pensamentos e comportamentos. Apresento-lhe, a essência da “Teoria do vermelho inesperado”, que utiliza o vermelho de forma inesperada, porém de forma intencional nos ambientes. Vamos entender como tudo começou Não é uma teoria formalmente estabelecida, começou como uma tendência devido…
Autor: Marta Pedreira
Os especialistas sugerem que cinco horas por semana, que podemos dividir em trinta minutos por dia, no meio da natureza, tem impacto restaurador no nosso bem-estar. No entanto, sabemos que com a correria do quotidiano não temos tempo livre para imergir em ambiente naturais. Assim o que lhe proponho é que traga a natureza para a sua casa ou para o ambiente de trabalho. A natureza tem uma importância tão efetiva no nosso bem-estar, que em 1993 fizeram um estudo no Hospital Universitário de Uppsala, na Suécia. Distribuíram aleatoriamente 160 pacientes operados ao coração, por seis vistas: uma fotografia gigantesca…
Tocar. Acariciar. Acolher. Habitar. Podem parecer apenas palavras soltas, contudo, quando lidas com sentido – e o sentido importa- compreendemos que todos estes vocábulos guardam em si uma animada conexão. Experimentemos entrelaçar os dedos, e sentimos o acolhimento do nosso próprio corpo. Juahani Pallasmaa, quando escreveu o seu ensaio sobre A arquitetura e os sentidos, intitulou-o “Os olhos da pele”, para que de facto sentíssemos com a subtileza da nossa pele – a delicada fronteira da intimidade do nosso corpo- o mundo que nos rodeia. Segundo a visão Renascentista, o sentido do tato está ligado ao elemento terra, ligado às…
O anfitrião impercetível – o cheiro- abre-nos as portas para a descoberta do mundo invisível, que dança majestosamente com as nossas narinas, ora como se fossem eternos namorados, ora como se afastassem e repelissem como eternos rivais. O olfato é um dos sentidos que nos acompanha desde o início, devemos-lhe um agradecimento, pelo seu contributo na nossa evolução e adaptação ao mundo. De todos os nossos sentidos é o único que não precisa de neurotransmissores, pois o nariz e as vias respiratórias estão diretamente conectados com o nosso cérebro, mais propriamente ao sistema límbico, que está ligado, acredita-se, à memória…
A música tem o dom de unir toda a gente e o ruído tem o poder de destruir a saúde mental. O som é uma das variáveis ambientais mais significativas, ligado ao sentido da audição, está intrinsecamente conectado com a evolução e sobrevivência da espécie humana. Entre todos os sentidos é o único que conseguimos perceber a 360°. Tanto para o bem ou para o mal o som, tem comprovadamente, impacto nas emoções e no comportamento humano. Antes de começar a leitura deste artigo convido-o a ouvir o silêncio. Sente-se calmamente, relaxe, e se possível, feche os seus olhos, inspire e…
Se a nossa viagem pelos sentidos tivesse uma playlist, neste momento, as escolhas poderiam ser “La vie en rose” de Edith Piaf, “Yellow Submarine”, dos The Beatles ou até “Back in Black” dos ACDC. Além de serem músicas memoráveis, têm em comum a utilização da nomeação de uma cor para expressar de forma mais emotiva os sentimentos associados à letra e melodia. A primeira canção fala-nos de amor e usa o rosa para enaltecer a sua mensagem – a cor do amor é o rosa-, a segunda tem uma melodia mais alegre e adota a cor com mais sorridente de…
Senhores passageiros, faremos a primeira paragem da nossa viagem, no sentido da visão, mais concretamente na variável Iluminação. Espero que esteja confortavelmente sentada/o no seu ambiente em estudo, tenha a lista e a caneta à mão, e sinta-se à vontade para experienciar o seu espaço com uma observação visual mais consciente. “O que torna o nosso mundo visível e o que nos permite perceber o nosso entorno é a luz”. A luminosidade do ambiente que nos rodeia é produzida pela luz natural – provida pelo Sol e que penetra na pele- e pela iluminação – comummente luz artificial (velas, lâmpadas, leds…),…
Se eu questionar “sou sempre feliz?”, a resposta – por mais que queira contrariar- será “não, não sou sempre feliz”. No entanto, se eu perguntar “posso todos os dias sentir bem-estar?”, a resposta já é diferente. No entanto, tenho duas boas notícias para lhe dar. A primeira boa notícia: os nossos ambientes em conjunto com os nossos cinco sentidos, podem ajudar a ampliar o nosso bem-estar, levar-nos a cumprir os nossos objetivos, ter maior produtividade ou criatividade, evocar e produzir memórias afetivas, e por fim, ajudar-nos a sentir felicidade. A segunda boa notícia: é que vai aprender como redefinir os…
Pare por um segundo, pergunte-se, “Quais são as minhas memórias de infância?”, se fechar os olhos e eu adicionar aromas de canela e mel, deixar-lhe tocar no ramo de pinheiro, certamente, os estímulos levam-na/o para as “Memórias Natalícias”. No entanto, porque é que o Natal nos envolve e emociona tanto? Para o psicólogo e professor, Hélio Delineador “A beleza do Natal tem a ver com a noção de que a vida passa em ciclos. Para as pessoas, significa reinício, novas possibilidades e a realização dos sonhos. Atualmente, vivemos um tempo muito acelerado, no Natal tudo parece mais lento.” Segundo, o…
Já alguma vez se perguntou se os seus ambientes influenciam o seu humor ou o seu bem-estar? Provavelmente, a sua resposta será, Não! Uma resposta perfeitamente normal, quando ainda não estamos conscientes que todo o nosso entorno tem influência nas nossas emoções, pensamentos e comportamentos. A verdade é que nós vivemos 90% do nosso dia em ambientes construídos, uma percentagem muito grande para não refletir sobre o assunto. Para responder a esta questão, fundou-se, em 2003, a Academia de Neurociência Para A Arquitetura (ANFA), sediada em San Diego, EUA. Emerge, assim, a Neurociência aplicada à arquitetura (arquitetura baseada em evidências…